terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Crack: uma droga de todas as classes

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O crack começou a ser vendido nos morros cariocas no ano passado, e, por ter um efeito poderoso, vem substituindo a cocaína nas vendas do tráfico. Em julho deste ano, a prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou uma praça em Copacabana onde antes existia uma cracolândia. Além disso, houve a criação de Centros de Atenção Psicossocial, que ajudam dependentes do crack. De acordo com o secretário municipal de assistência social, Fernando Willian, o crack é uma ameaça, e deve haver uma integração entre as secretarias para combatê-lo. “O crack evoluiu de uma forma muito pesada, envolvendo um número cada vez maior de pessoas, especialmente crianças e adolescentes. O jeito é ter uma ação integrada de assistência social. Nós estamos fazendo a nossa parte e a secretaria de saúde também, ampliando unidades de atendimento.”
O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas, NEPAD, que fica na UERJ, precisou mudar a forma de tratamento dos dependentes por causa do crack, como explica a psiquiatra e diretora do Núcleo, Maria Thereza de Aquino. “O usuário de crack nos colocou em uma espécie de UTI emocional, não dá tempo de lidar como lidamos com usuários de cocaína de maconha. Nós entendemos (o NEPAD) que nunca mais vamos ver aquela pessoa se não a amarrarmos bem. Não dá para trabalhar com a tranquilidade e a proposta da psicanálise.”
Em cada dez pacientes novos no NEPAD, três são viciados em crack. O usuário geralmente é homem, de classe média e com idade entre 8 e 35 anos. “As crianças que usam crack geralmente têm os pais separados. As crianças usam o crack como fuga, como escapismo.”, é o que afirma a psiquiatra.
Maria Thereza de Aquino diz que essa droga destrói qualquer possibilidade de integração social. “O crack é um desestruturador da vida social. Onde ele entra é como um desmatamento social. A pessoa começa a roubar e a falsificar assinaturas. Tudo pelo crack.” As crianças, que são bastante atingidas pelo poder das drogas, renunciam a família em nome dos tóxicos, é o que afirma Maria Thereza. “Uma criança de 8 anos que os pais dizem ‘se você fizer isso, não entra mais em casa’ uma criança não usuária de drogas diria que não fará mais, a criança usuária diz que não tem importância e não volta mais pra casa.”, diz. Uma boa saída, segunda a psiquiatra é o diálogo desde cedo entre pais e filhos.
O crack é uma droga de uso recreativo, é composto por pasta de cocaína misturada com bicarbonato de sódio. É sólida, em forma de cristal, e pode ser fumada. A droga chega ao sistema nervoso central em dez segundos. A forma de uso do crack favoreceu a sua disseminação, já que não necessita de seringa, só basta um cachimbo, que na maioria das vezes é improvisado, com lata de alumínio furada, por exemplo.O crack eleva a temperatura corporal, podendo levar o usuário a um Acidente Vascular Cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca a degeneração dos músculos do corpo do dependente, o que prejudica a aparência. O usuário fica com os ossos da face salientes, braços e pernas finos e costelas aparentes. O crack inibe a fome, então os usuários só se alimentam quando não estão sob efeito narcótico. Outro efeito da droga é a insônia. Este excesso de horas sem dormir pode deixar o viciado facilmente doente. Maria Thereza ressalta mais danos que o crack causa, mas não são lembrados. “O crack provoca muitas alterações no corpo, devasta o pulmão. Em 3 meses o usuário começa a tossir e a expelir um muco negro.”
O usuário de crack torna-se completamente dependente da droga em pouco tempo. Normalmente, o viciado, após algum tempo de uso da droga, continua a consumi-la apenas para fugir aos desconfortos da síndrome de abstinência, como depressão, ansiedade e agressividade.
Após o uso, a pessoa passa a se tornar extremamente violenta. A agressividade se manifesta a princípio contra a própria família, desestruturando-a, e depois volta-se contra a sociedade. As chances de cura são muito baixas, pois exigem a submissão voluntária ao tratamento por parte do dependente, o que é difícil, porque a vontade de voltar a usar a droga, é muito grande. Além disso, a maioria das famílias de usuários não têm condições financeiras de pagar tratamentos em clínicas particulares, então esperam o tratamento público de saúde ou conseguir vagas em clínicas terapêuticas assistenciais (como é o caso do NEPAD). É comum que o usuário comece o tratamento, mas abandone.
L.A., homem de 21 anos, usuário de crack desde os 18, já foi a consultas psiquiátricas, mas desistiu do tratamento. L.A. não tem apoio familiar para se livrar da droga “Há 9 meses sofri um acidente e depois que voltei do coma, em vez de me tratar comecei a me destruir, usando cada vez mais droga.” L.A. conta que às vezes falta o trabalho por causa do vício e isso prejudica o seu salário, já que recebe por dia. O rapaz tenta parar de fumar sozinho “O uso é muito bom, mas não vale a pena. Eu vou tentar parar de usar e vou conseguir.”
Embora seja tão potente quanto à cocaína, a maior causa de morte entre os usuários são as dívidas com os traficantes. Essa é a droga que mais traz prejuízo a eles, pois além de mais barata, os compradores são dividendos.
A dependência do crack frequentemente leva o usuário à prática de delitos para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos muitas vezes começam em casa. Se for mulher, pode se prostituir para sustentar o vício. O dependente dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou de estudos e passa a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la. É bom ressaltar que embora seja uma droga mais barata que a cocaína, o uso do crack acaba sendo mais extenso. O efeito da pedra de crack é mais intenso, mas passa mais depressa, o que leva ao uso compulsivo de várias pedras por dia. O mais importante no combate ao crack é não haver o primeiro contato com a droga. O Governo precisa investir em prevenção e conscientização.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Despertar com Lágrima

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A atriz do musical "O Despertar da Primavera", apresentadora da TV Globinho, vocalista da banda Lágrima Flor e estudante de Letras da PUC-Rio, Lua Blanco, de 22 anos, revela seus interesses pessoais e comenta sobre a carreira artística no ping-pong que segue.

Mora em qual bairro? Com quem?
No Leblon, com a minha avó materna.

Cidade natal:
São Paulo-SP.


Por que e quando veio para o Rio?

Me mudei muito com a família na infância e já cheguei a morar aqui umas vezes na infância. Mas nos mudamos pra cá de vez faz uns 13 anos.

O que gosta de ouvir?
Rock.

Que música mais gosta de cantar?
Only One, do Yellowcard.


Quem é seu ídolo?

Merryl Streep.

Livro favorito:
Orgulho e Preconceito, Jane Austen.


Peça teatral favorita:

O Despertar da Primavera (a atriz está no elenco).


Filme favorito:

A Noviça Rebelde.

Tem religião? Qual?
Estou em busca da verdade. A religião nunca me levou a ela.


Como faz para cuidar da aparência?

Cuido da pele e do cabelo com demaquilante e hidratação, respectivamente.

O que gosta de fazer no tempo livre?
Ler, ouvir musica, traduzir, dormir.

Você está em qual período de Letras?
Oitavo.

Já fez estágio na área?
Estou fazendo agora, em tradução que é a minha habilitação.


Já fez aula de canto? E de teatro?

Sim, dos dois.

Toca algum instrumento musical?
Toco, violão.


Há quanto tempo é cantora? E atriz?

Cantora, a vida toda. Atriz, há uns dois anos.

O que mais gosta de fazer: interpretar, apresentar um programa ou cantar?
Cantar.


Como você administra o tempo: teatro, TV Globinho, banda e faculdade?

Tento me organizar e priorizar as coisas mais importantes, e não me estressar se não rola de fazer tudo que preciso fazer.


Como é sua relação com seu avô Billy Blanco?

Boa, ele me apoia muito na minha carreira.

Sua primeira banda foi a Lágrima Flor?
Sempre cantei em conjunto com a minha família que era uma espécie de banda. Mas fora isso, sim, é a primeira.

Fale um pouco sobre a música que levou ao nome da banda.
É uma bossa nova do meu avô e a banda gostava muito dela. Então fizemos uma versão rock dela pra tocar, e quando decidimos o nome da banda, essa ideia de colocar "Lágrima Flor" surgiu, meu avô aprovou e rolou.

Como conheceu os integrantes da sua banda?
Na faculdade.

Como é participar de um musical?
Tudo está sendo uma experiência nova!

Como é trabalhar em família?
É tudo que eu sempre fiz na vida.


Como entrou na peça?

O Charles(Charles Möeller) me chamou pra audicionar no ano passado, e fui passado das fases até entrar pro elenco.

Qual foi a sensação de receber uma crítica positiva de Bárbara Heleodora pela peça "O Despertar da Primavera"?
Foi um honra. Fiquei mt orgulhosa da nossa produção e elenco.

Como entrou na TV Globinho?
Fui convidada.


Fez quantos testes para novelas?

Várias, sempre que tem, eu faço.

Como foi participar de Malhação? E de Três Irmãs?
Três Irmãs foi a novela inteira e foi meu primeiro contato com a televisão. Me apaixonei. Já malhação foi maravilhoso. Meu primeiro personagem. As duas foram experiência otimas.

É reconhecida nas ruas?
Às vezes, mas mais por pessoas do meio.

Está namorando?
Não.

Como você vê o Brasil? Como poderia ajudar a mudá-lo?
Eu não vejo o Brasil todo, vejo o canto em que vivo, e eu acho que é o primeiro passo pra mudança. Cuidar de mudar o seu canto de mundo, fazer a sua parte.


Qual é o seu maior sonho?

Viver da arte, ver a banda acontecer e fazer cinema lá fora.

domingo, 1 de novembro de 2009

Cidadania

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Sou freqüentadora assídua do metro rio. Por isso, modéstia a parte, me sinto apta a falar qualquer coisa sobre o cotidiano no meio de transporte. Costumo pega-lo entre sete e meia e oito da manhã, no famoso horário do rush. Todos os dias as composições saem cheias do terminal Saens Pena. Normalmente elas já vêm com pessoas que não desembarcam, mas não entrarei nesse mérito. Como o titulo desse texto diz, falarei de cidadania, mas para isso, precisava das frases introdutórias. Isso aconteceu hoje, aproximadamente umas 7 40 da manhã. Como só pego o metro se conseguir sentar, hoje não foi diferente. Atenção porque essa informação é importante: o metro que chegou tinha vagões novos. Aqueles bonitinhos, branquinhos, clarinhos, com menos bancos e mais lugares em pé. Pouco antes do mesmo partir, um agente da estação entrou no vagão de braços dados com um portador de deficiência visual. Registrei muito bem a reação de cada pessoa próxima de mim, principalmente àqueles que estavam nos chamados brancos preferenciais. Devo dizer que essas novas composições têm mais bancos preferenciais. E dos seis lugares preferenciais a minha frente, apenas 3 eram realmente “idosos, gestantes, pessoas com criança de colo ou deficientes”. Todos olhavam o senhor. E deveriam olhá-lo justamente por saber que ele não os via. Talvez fosse melhor ignorá-lo. Porque uma vez que perceberam a presença de uma pessoa deficiente, tinham a obrigação de ceder o lugar. Não foi o que aconteceu. Todos se omitiram. Preferiram o sabor da preguiça. Talvez porque os bancos desse novo vagão sejam acolchoados, mais confortáveis, obviamente... Então... Melhor continuar sentado! Cedi o meu lugar ao senhor. Mas não estou escrevendo para me glorificar “oh, ela deu lugar a um senhor cego”, não. Faço as coisas porque se fosse comigo, também gostaria que fizessem o mesmo. Infelizmente não é esse o pensamento que se tem, não a maioria. A teoria do “fazer o bem, sem olhar a quem” é realmente muito bonita no papel. Acho que as pessoas precisam se conscientizar mais e parar de ser tão egoísta. Também gosto de ir sentada, no conforto, ainda mais pela manhã e na hora do rush, onde o metro fica absolutamente intransitável. Mas e se uma daquelas pessoas é que precisassem REALMENTE dos bancos preferenciais? Passei por situação semelhante na volta para casa, porém com um desfecho diferente. Outro cego entrou no metro, na estação Carioca. Fiz o mesmo procedimento, observei as pessoas do banco preferencial. Dessa vez apenas um pessoa estava no lugar errado. Mas assim que o senhor entrou no vagão, a moça ao meu lado se levantou e deu lugar ao senhor. Segundos depois, duas pessoas sentadas uma ao lado da outra se levantaram, disseram que já iam saltar e que o senhor e, aparentemente, a sua mulher, poderiam sentar juntos. Cidadania, minha gente. Não custa nada!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Cinema de Gente Grande

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Um rapaz simples de 19 anos, que mora na Zona Norte do Rio, e está cada vez melhor em sua carreira. Victor Hugo Fiuza não é jogador de futebol nem integrante de grupo de pagode. Ele escreve e dirige filmes de curta-metragens. Victor, que estuda Comunicação Social (com habilitação em Cinema) na PUC-Rio, começou cedo, aos 16 anos, roteirizando e dirigindo o curta de 20 minutos“Inocência Culpada”. A ideia veio de um assalto que o diretor sofreu. O filme mostra um garoto (interpretado por Victor) sendo assaltado por um grupo de meninos de rua, e depois narra o início do dia da vítima e dos marginais, mostrando como se encontraram. O curta foi feito depois de Victor ter recebido um convite do curador do festival de curtas do CCBB para participar. O pedido foi feito após o responsável pelo festival ter visto um vídeo de Fiuza e seus colegas. O festival foi cancelado por problemas internos no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro, onde seriam realizadas as mostras. Até hoje o filme não foi exibido.

Mas quem vê o azar que Victor deu com esse cancelamento, não imagina o quanto ele progrediu depois. Depois de “Inocência”, Victor Hugo fez um novo filme, “Cidade Partida”, com o mesmo co-diretor. O curta foi exibido na Mostra Curtas na PUC-Rio esse ano. É um documentário que reflete sobre a segregação social no Rio sob o depoimento de uma professora que dedicou sua vida a lecionar no subúrbio e baixada e um menino de 10 anos que mora na Maré.
Participou de gravações de terceiros e também filmou alguns shows no Circo Voador e Fundição Progresso. Agora termina de filmar entrevistas e a editar um documentário institucional pra escola Juscelino Kubitscheck, da rede FAETEC, onde estudou. Está também na produção de um curta de Wallace Ramos, amigo da PUC. As filmagens começam no início de novembro. No final de novembro, Fiuza vai filmar um novo curta dirigido e roteirizado por ele mesmo, o filme vai contar com atores profissionais.

Victor ganhou um concurso de melhor crítica de cinema feito pelo Jornal do Brasil. O prêmio foi ser jurado no Festival de Gramado. Fez alguns amigos e conheceu alguns jornalistas, críticos de cinema, como Rodrigo Fonseca, e outros cineastas, como a Maria Camila Loboguerrero, da Colômbia, e o Rui Simões, de Portugal. Conheceu também Vincent Carelli, que ganhou o Kikito de ouro com o filme que dirigiu "Corumbiara".

O estudante não tem um filme favorito, mas cita “Forrest Gump” quando as pessoas perguntam.

Acha o Cinema brasileiro um dos maiores da América Latina. Mas não vê aqui uma identidade tão forte, como o Francês, a fácil identificação que é de determinado país. Acha Fernando Meirelles excelente, gosta muito do Walter Salles. Curte Bergman e Fellini. Admira e é influencidado pelo Vittorio de Sica, diretor do "Ladrões de Bicicleta".

Victor escreve o que sente. Muitas vezes tem haver com a realidade social da onde vive, do Rio em si, mas sempre tentando deixar com que seja a realidade das pessoas, do ser humano, e não da cidade só.

O cineasta também é músico, toca violão e compõem para a banda “Poeta João”, que mistura Rap, MPB e percussão.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Relato de um acidente

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No final da tarde desse domingo, um acidente envolvendo um carro e uma moto chamou a atenção de quem passava pela Rua Barão de Mesquita, no Grajaú. Segundo informações de quem estava no local, um Siena reduziu a velocidade para estacionar em uma vaga em frente a um restaurante. Uma moto que vinha logo atrás, em alta velocidade, e não conseguiu frear, batendo na traseira do carro. O vidro de trás do Siena ficou estilhaçado. Uma segunda moto, aparentemente com primos das vitimas, parou para prestar socorro. Muitos curiosos se aglomeravam em volta dos corpos. O motorista da moto sofreu fratura exposta no ombro e sua namorada, algumas escoriações.
Uma senhora que estava almoçando no restaurante narrou o acontecimento.
- Eu estava almoçando com a minha família aqui no restaurante, estava distraída, só ouvi o barulho e vim correndo saber o que aconteceu. As duas pessoas da moto entraram no carro. Eles caíram no chão, vi que a menina pareceu bastante preocupada com o namorado, que caiu longe dela. Pelo que vi, ele pareceu mais machucado.
Os dois ocupantes da moto usavam capacetes. Andréia, motorista do carro, ficou nervosa com a situação:
- Eu vi que os dois estavam atrás de mim, mas não imaginei que eles fossem bater. Eu estava reduzindo a velocidade porque ia entrar na vaga, liguei a seta, mas acho que eles não viram e acabaram batendo. Fiquei sem reação quando os vi muito próximo. Fiquei parada. Liguei para o 192. Espero que nada aconteça com eles.
A ambulância do SAMU chegou junto do Corpo dos Bombeiros, pouco tempo depois do acidente. As vitimas receberam os primeiros socorros no local e depois foram encaminhadas para um hospital próximo. Um carro da policia interditou parte da rua, que funcionou em meia pista. Houve retenções na altura do acidente.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pizza a lá Brasil

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Não entendo muito de política e, para ser sincera, agradeço por isso. Se meus conhecimentos no assunto fossem melhores, com certeza estaria mais estarrecida que estou em relação aos últimos acontecimentos no Senado brasileiro.
Para começar, não me conformo com o posto de senador de Fernando Collor. Será que tudo que ele fez foi devidamente esquecido? É necessário lembrar das acusações de corrupção, tráfico de influências, do Movimento Caras Pintadas, do Impeachment? Tudo isso foi em vão? Pelo jeito sim. Agora, no Senado Federal, me deparo com uma cena no mínimo deprimente: “O caçador de marajás” exigindo respeito com o seu nome, em discussão? Como ter respeito por alguém envolvido em tantos escândalos como ele? Ah, claro, provavelmente ele deve ser adepto do dito popular: “Quem vive de passado é museu”. Mas uma coisa eu tenho que concordar, o cara é um artista! Toda aquela dramatização na sessão foi patética: dedo em riste, semblante de total ofensa, peito estufado... Deixo inclusive aqui um sincero apelo ao autor Manoel Carlos para que, ao escrever sua próxima novela, pense no nosso talentoso “caçador de marajás” e arranje para ele um belo papel de protagonista sofrido.
Em um “Conselho de Ética”, vê-se de tudo, menos ética. São intimidações pra cá, palavras de baixo escalão pra lá. Se continuar assim, em pouco tempo teremos agressões físicas em pleno Senado. Aliás, de que serve esse lugar, afinal? O Senado é um ninho de homens de terno, com conta bancárias nas alturas que nada fazem para defender a democracia no país.
E quanto a José Sarney? Em discurso disse que tinha certeza que não havia feito “nada de errado”. “Diga-me com quem andas que eu lhe direi quem és”, meu caro José Sarney. Renan Calheiros e Fernando Collor defendendo o senhor? Com absoluta certeza és inocente! Lobo Mal também era inocente e não comeu a vovozinha. Me espanto com tamanha cara de pau dessa gente. O pior é ver que eles têm a população como um mar de ignorância. E no final de tudo, culpam a pobre imprensa de publicar noticias errôneas sobre “Vossas Excelências”. E a liberdade de expressão, onde fica? E o nosso direito a democracia? É dever da imprensa informar a população do que está acontecendo. Agora, mais 7 pedidos de investigação foram arquivados e Sarney ficou livre de qualquer investigação. Depois não reclamem do número crescente de votos brancos e nulos nas próximas eleições. Como confiar em políticos desse tipo? Como acreditar que o Brasil pode crescer?
Querem saber? Vou-me embora para Passargada!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

De volta ao batente

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Primeiro dia da volta das férias no estágio. É estranho ver a PUC tão vazia e hoje estava mais vazia que nunca. Me acostumei com o tumulto do meu pilotis, o empurra-empurra para conseguir andar, conhecidos de bobeira por ali...
No estágio, caras novas. Na Rádio eu já conheço todo mundo, finalmente entraram meninos na nossa equipe, que era composta por 7 mulheres (e o João), também tem gente nova no Jornal e na TV. Vai ser meio estranho, principalmente a partir de semana que vem, quando algumas das meninas que estavam desde o começo comigo, vão para tarde.
Hoje o clima ainda estava bem leve, poucas matérias e muitas conversas sobre o que cada um fez durante as férias. De diferente mesmo só as novas regras: abra as janelas, desligue o ar e cuidado ao tocar as maçanetas. HUAHUHUA. Essas não são só regras do Portal, mas da PUC como um todo. De uma maneira geral, na minha opinião, a PUC deveria ser um pouco mais cuidadosa. Várias escolas da Gávea tiveram casos da nova gripe e a PUC, bem... não preciso dizer que é uma faculdade enorme com zilhões de alunos e onde qualquer pessoa tem livre acesso ao campus. Acho que deveriam haver mais cuidados, mas não vou entrar no mérito dessa questão.
Voltando ao estágio, acabei saindo mais cedo porque tive que ir ao médico. Desde ontem estou sentindo dores na vista e tive a sorte de conseguir marcar um oftalmologista para hoje mesmo. Não que eu tivesse esperança de ser atendida logo, mas nunca vi aquele consultório tão cheio, Minha Nossa! É engraçado, porque parece que as consultas dos outros são gigantescas e quando é a nossa vez, o médico nos atende super rápido. Me senti assim hoje.
Aliás, no consultório me senti totalmente constrangida. Uma senhora não tirava os olhos do livro que eu estava lendo: "As Mentiras que os Homens Contam". E ela não fazia a mínima questão de parecer discreta. Olhava mesmo pra capa, esticava o pescoço pra ler o capitulo...
Enfim, fui a última a ser atendida. O diagnóstico: inflamação na glândula lacrimal, algo que pode ser mais comum do que se imagina, e em mim é a segunda vez que aparece. O médico fez questão de dizer que, no meu caso, essas inflamações só vão parar de acontecer quando o meu nível de stress baixar. Achei um absurdo, eu sou super tranquila! huahuahuahua.
Bom, resumidamente é isso. Não tenho muito mais o que postar por hoje. =)

beijos

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cinema só é bom com mistério

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Aproveitando o gancho que Raquel deu sobre cinema eu farei meu texto hoje.
Antes de entrar na PUC, ou melhor, antes de ter aula de Introdução ao Cinema, eu não gostava de filmes, não tinha paciência de ver, achava longo demais, monótono, preferia mil vezes teatro, por ter mais interação.
Não vou mentir, ainda prefiro o bom e velho teatro, mas hoje tenho uma grande paixão por cinema também. O primeiro filme passado na aula que realmente me abriu os olhos eu não sei o nome por ironia do destino (pela ironia de eu não estar prestando atenção), era um filme mudo, de comédia, e eu ri horrores. Quando que eu ia pensar que acharia graça em um filme mudo, em preto e branco e muito antigo? Nunca. Mas achei e quando acabou eu queria mais, e a partir daí eu prestei muita atenção nas aulas de Cinema e nos filmes que o professor Renato passava.
Assisti um filme na aula que se tornou o meu favorito, Psicose, de Hitchcock. Me senti uma burra por não ter assistido antes, ter achado que era velho, ultrapassado, sendo ele tão original. Todos conhecem a cena do chuveiro, aquele sangue foi feito de chocolate, Hitchcock achava que se fosse em cores o filme ia ficar ensanguentado demais.
Depois veio Cléo de 5 às 7, Cidadão Kane,...
Minha paixão é por mistério, não importa se é filme de terror ou um romance, tem que me prender pela história que me deixa em dúvida...Como A Dúvida (o próprio nome sugere) e Paris (acho que Paris ainda está no cinema, corram para ver), filmes recentes.
Não gosto de filmes que me joguem de bandeja o que acontecerá, gosto de pensar, errar, pensar de novo, errar quantas vezes for preciso e quando penso que finalmente acertei o final me surpreende. Aí está a interação, assim o cinema é bom!
Aos cinéfilos faço meu jabá: http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/ busquem por Tesouros do cinema brasileiro na grande rede e ouçam minha matéria sobre a Cinemateca Brasileira

quarta-feira, 29 de julho de 2009

que tal um cineminha?

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Hmmm... Bom, primeiramente uma visão geral:
Eu sou a Raquel, apesar de preferir ser chamada de Kel. Faço estágio com a Monique e ela me convidou para dividir esse blog com ela. Já tive alguns "diários online", mas nunca tive muito tempo pra postar e nem muita paciência, o que me é um problema sério. Mas algo em dupla é sempre mais divertido e acaba não ficando pesado pra ninguém, por isso estamos aí ^^
Esse é o meu primeiro post aqui e não sei muito bem o que escrever. Nada de muito excitante tem acontecido na minha vida, ainda mais quando se está na última semana de "férias" (entre aspas pq semana que vem só volta o estágio e não a faculdade) onde parece que as coisas se arrastam um pouco mais. Sem contar com esse tempo frio e chuvoso que vem fazendo no Rio, o que aumenta ainda mais a minha vontade de ficar na cama.
Tá, mais chega de enrolação, vou falar da última vez que eu fui ao cinema e assisti Public Enemies. Claro, isso é um total clichê. Raquel falando de Johnny Depp e isso, infelizmente, vocês verão com uma certa frequência aqui. huahuahua. Mas de um modo geral, gosto de relatar minhas experiências com filmes, por que não tentarmos? =)
Fui com umas amigas, na estreia, é claro. O cinema estava meio vazio, é verdade, mas não foi por falta de divulgação do filme, creio eu, porque em todo o lugar que eu ia, tinha um cartaz sobre a estreia. Acho que o cinema vazio foi porque o enredo de Public não chama tanta a atenção. O filme é sobre gangters e, vamos concordar, filmes de tiroteio existem aos montes. Mesmo assim, achei o filme interessante. O roteiro é simplesmente fantástico. Os personagens, principalmente o Dillinger, tem tiradas maravilhosas! O elenco do filme também é bom: Marion Cordillac (Piaf), Christian Bale (Batman), além do Johnny são os destaques. Porém- e não vejam isso como puxasaquismo da minha parte- Johnny rouba a cena. Christian Bale e nada dá no mesmo, ele está mais apagado que o poste de luz aqui da minha rua. Achei que a Marion se saiu bem. Sua personagem dava uma humanizada no Dillinger vivido pelo Johnny. John Dillinger era um ladrão de banco que agia no EUA na época da Grande Depressão. Um ponto negativo do filme é a sua extensão. Meio longo demais, mas eu não o achei cansativo. Por ser um filme de gangter, tem ação a toda hora, mas depois de ter visto Harry Potter por 3 vezes em 4 dias, meu estoque de filmes grandes está ultrapassado!
Foi meio estranho ver o Johnny em um papel "normal", estou acostumada com as excentrissidades dele estilo Willy Wonka, Jack Sparrow ou Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco. Dillinger, sem dúvida é bem normal, mas ver o Johnny num sobretudo e de chapéu... ah, isso não tem ingresso que pague =)
Recomendo o filme! E deixo aqui minha torcida para que ele ganhe prêmios no Oscar, Globo de Ouro etc, afinal, era um dos filmes mais aguardados do ano nos EUA!
Escrevi demais, então vou indo nessa.

beijos, Kel

terça-feira, 28 de julho de 2009

Festival de Inverno de Nova Friburgo

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Cheguei em Friburgo dia 23/07, quinta-feira. O Festival já estava rolando desde o dia 16, mas vou contar a minha visão.
20h a banda Talum se apresentou no Teatro Municipal, chegamos um pouco atrasados, então tívemos que esperar para entrar, por sorte entramos e ficamos no camarote.
Era um quarteto, faziam música sem auxílio de instrumentos, apenas com a voz, enquanto um cantava os outros davam o ritmo. Dois rapazes e duas moças, vozes bem trabalhadas, tinham uma total sintonia, cantaram Michael Jackson, houve um erro nessa hora , mas eles começaram de novo e brilharam. Cantaram Beatles também!!
Por falar em Beatles, a banda que tocou as 21h era justamente um cover deles. O nome é Túnel do Tempo, cantaram e tocaram super-bem, animaram a plateia, fazendo-a até ficar de pé dançando no Municipal. Eu como grande fã dos meninos de Liverpool me emocionei muito. Quanto mais com um cara tão parecido com o Paul no palco!
"Hey Jude" fez todo mundo cantar, e eu toda boba por esse ser o nome da minha cadela. (risos) Para mim faltou cantar "This boy" e "Yes it is", mas valeu super à pena!
Na sexta-feira, 24, às 17h na Usina Cultural Energisa, Roberto de Regina, que toca cravo, fez sua apresentação. Cheguei 15 min atrasada (como era de se esperar), mas por sorte ele fez duas apresentações, porque a plateia lotou toda a primeira e muita gente ainda queria vê-lo. Eu nunca tinha visto ninguém tocando cravo, é tão lindo! Roberto tinha uma vestimenta alá D. Pedro e sua aparência idem. O ar não podia ficar ligado para não atrapalhar a acústica, o calor ficou grande, mesmo lá fora estando muito frio.
O instrumentista lançou seu dvd comemorativo do Jubileu de Scarlatti (250 anos), no final do espetáculo só havia um cd disponível, sendo que o preço não era tão salgado assim (25 reais), dvds até que tinham. acho que porque além de mais caro o que importava era o som e não a imagem.
Ainda na sexta-feira, às 19h, agora no Teatro Municipal, assisti ao Tributo a Villa-Lobos. No piano estava uma japonesa chamada Yuka Shimizu, ela tocava feito brasileira, acalorada, mas com aquele olhar atento mesmo com os olhos fechadinhos que os japoneses têm. (risos) Neti Szpilman estava no soprano. Essa brasileira cantava melhor em francês do que em sua língua matriz. E ainda tinha um casal de bailarinos que dançavam enquanto Neti cantava e Yuka tocava. Foi uma bela homenagem e diferentíssima! Quanto mais quando a cantora fez par com o bailarino e cantava e dançava com ele, foi bem bonito! Em meio a música Neti dizia coisas da vida e obra de Heitor Villa-Lobos, bem planejado.
No sábado, 25, só fui às 20h no Teatro. estava cansada porque fiz um trilha no Morro do Cão Sentado. Então assisti o Trio Haylin da Áustria, um tocava piano, outra violino e o outro violoncelo, uma bela combinação. Detalhe para o pianista que tinha um assistente só para virar a partitura dele! Chique mesmo!(risos)
No domingo dei uma passadinha rápida no Nova Friburgo Country Clube, a banda Euterpe Friburguense estava tocando lá um sambinha, logo depois fui de volta para minha terra!
 

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