domingo, 1 de novembro de 2009
Cidadania
Postado por Raquel Araujo às 21:08
Sou freqüentadora assídua do metro rio. Por isso, modéstia a parte, me sinto apta a falar qualquer coisa sobre o cotidiano no meio de transporte. Costumo pega-lo entre sete e meia e oito da manhã, no famoso horário do rush. Todos os dias as composições saem cheias do terminal Saens Pena. Normalmente elas já vêm com pessoas que não desembarcam, mas não entrarei nesse mérito. Como o titulo desse texto diz, falarei de cidadania, mas para isso, precisava das frases introdutórias. Isso aconteceu hoje, aproximadamente umas 7 40 da manhã. Como só pego o metro se conseguir sentar, hoje não foi diferente. Atenção porque essa informação é importante: o metro que chegou tinha vagões novos. Aqueles bonitinhos, branquinhos, clarinhos, com menos bancos e mais lugares em pé. Pouco antes do mesmo partir, um agente da estação entrou no vagão de braços dados com um portador de deficiência visual. Registrei muito bem a reação de cada pessoa próxima de mim, principalmente àqueles que estavam nos chamados brancos preferenciais. Devo dizer que essas novas composições têm mais bancos preferenciais. E dos seis lugares preferenciais a minha frente, apenas 3 eram realmente “idosos, gestantes, pessoas com criança de colo ou deficientes”. Todos olhavam o senhor. E deveriam olhá-lo justamente por saber que ele não os via. Talvez fosse melhor ignorá-lo. Porque uma vez que perceberam a presença de uma pessoa deficiente, tinham a obrigação de ceder o lugar. Não foi o que aconteceu. Todos se omitiram. Preferiram o sabor da preguiça. Talvez porque os bancos desse novo vagão sejam acolchoados, mais confortáveis, obviamente... Então... Melhor continuar sentado! Cedi o meu lugar ao senhor. Mas não estou escrevendo para me glorificar “oh, ela deu lugar a um senhor cego”, não. Faço as coisas porque se fosse comigo, também gostaria que fizessem o mesmo. Infelizmente não é esse o pensamento que se tem, não a maioria. A teoria do “fazer o bem, sem olhar a quem” é realmente muito bonita no papel. Acho que as pessoas precisam se conscientizar mais e parar de ser tão egoísta. Também gosto de ir sentada, no conforto, ainda mais pela manhã e na hora do rush, onde o metro fica absolutamente intransitável. Mas e se uma daquelas pessoas é que precisassem REALMENTE dos bancos preferenciais? Passei por situação semelhante na volta para casa, porém com um desfecho diferente. Outro cego entrou no metro, na estação Carioca. Fiz o mesmo procedimento, observei as pessoas do banco preferencial. Dessa vez apenas um pessoa estava no lugar errado. Mas assim que o senhor entrou no vagão, a moça ao meu lado se levantou e deu lugar ao senhor. Segundos depois, duas pessoas sentadas uma ao lado da outra se levantaram, disseram que já iam saltar e que o senhor e, aparentemente, a sua mulher, poderiam sentar juntos. Cidadania, minha gente. Não custa nada!
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Um comentário:
O metro rio está uma vergonha!!!Olho neles!!!
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